A mais recente pesquisa Quaest para as eleições presidenciais de 2026 revelou um desempenho abaixo do esperado para o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos). Com apenas 15% das intenções de voto como alternativa da direita sem Jair Bolsonaro – inelegível até 2030 -, o governador aparece praticamente empatado com Michelle Bolsonaro (14%) e pouco à frente do coach Pablo Marçal (11%). O resultado foi considerado decepcionante por aliados do ex-presidente, que questionam a capacidade política de Tarcísio em capitalizar o principal cargo executivo estadual do país.
O núcleo bolsonarista enxerga nos números uma confirmação da força da marca “Bolsonaro” no eleitorado de direita. Michelle, sem ocupar nenhum cargo político, alcança percentual similar ao do governador paulista, enquanto Eduardo Bolsonaro lidera a rejeição entre os potenciais candidatos (56%). A família Bolsonaro trabalha em um plano alternativo que pode incluir Michelle ou Eduardo como cabeça de chapa inicial, com possível transferência de candidatura caso o ex-presidente consiga reverter sua inelegibilidade no Congresso – estratégia semelhante à usada por Lula em 2018.
Os desafios de Tarcísio se multiplicam: além de precisar melhorar sua comunicação e construir uma identidade política própria, o governador enfrenta a concorrência de outsiders como Pablo Marçal e a resistência do núcleo duro bolsonarista. Enquanto isso, em cenários de segundo turno contra Lula, Tarcísio teria 37% – um ponto a menos que Michelle (38%) – mostrando que, apesar de comandar a maior máquina administrativa do país, ainda não conseguiu se consolidar como principal nome da direita pós-Bolsonaro. A disputa pela liderança do campo conservador promete se intensificar nos próximos meses.